
"Chapéu de palha, lenço na cabeça, botas garrão de potro,
jeito simples de viver...
Todo dia ao amanhecer me despeço da prenda volto só ao anoitecer...
Esse é o meu jeito changueador de ser!"
Changueiro de vida e Lida
E assim será, Porque haverá de ser assim a vida de um peão Changueando a lida vida afora sem buscar razão Nem me interessam outro moldes se não for assim e viverá Porque viver sendo changueiro é tudo o que aprendeu Sabe que as preces nada valem pra quem é ateu Nem catecismos pra quem não tem fé Vou madrugar Passar na venda, encher a mala de garupa e sair Galope alegre rumo ao rancho pra fazer sorrir Minha chinoca e os piazitos que esperando estão E vou ficar Dois ou três dias para matar esta saudade enfim Juntar as garras e partir, pois tem que ser assim Meu rancho é o mundo e as estradas... se nasci peão E então irei Mas uma vez, pingo de tiro pelo corredor A repisar meu próprio rastro, sempre campeador E auroras novas que iluminam o pago de onde vim E cantarei Meu canto alerta, terra e fogo, changueador també Com a certeza que na vida nada nem ninguém, Há de domar o potro xucro que escarceia em mim Quando acabarem-se as esquilas Pra onde irei, pra onde irei? Talvez changuear para juntar mais alguns pilas Que sempre gasto mais depressa que ganhei Vou assolear meu poncho velho Fiel parceiro, fiel parceiro... O João Maria me avisou de lá do povo “Conta comigo pra tropear pra um saladeiro”
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